Domingo, 22 de Agosto de 2010

Crônicas 2

A ARTE MUSICAL E A INCLUSÃO SOCIAL

J. Jorge Peralta

1. A arte musical, como estratégia de inclusão social, também nas periferias das grandes cidades, começa a tomar corpo, em alguns países, entre os quais, o Brasil. A música interessa às pessoas de todas as classes sociais.

Que todos os países sigam o exemplo.

As escolas ou grupos das comunidades, poderiam  desenvolver projetos de inclusão social, desenvolvendo projeto de educação musical, em horário extra, durante a semana, ou aos sábados, devendo preparar os alunos para participarem de eventos, devidamente acompanhados pelo órgão estimulador, que poderia ser o governo, talvez com participação de empresas mecenas/madrinhas, ou como ação independente, na linha do voluntariado.

Está na hora de o país despertar para a arte, como estratégia de inclusão social e auto-estima da comunidade.

Pequenos grupos de cantores ou pequenos grupos sinfônicos podem  surgir por toda a parte.

A inclusão social pode ser estimulada de modo adequado, por muitas modalidades artísticas: pela música, dança, pintura, escultura, artesanato, etc.

 

2. As Olimpíadas de 2016 vêm logo aí. Precisamos preparar as pessoas, adultos e jovens, para esse grande desafio de mostrar, ao mundo, um país, rico em território e mais rico pela criatividade e desenvolvimento humano dos cidadãos.

Aqui falamos especificamente da Educação Musical, como estratégia de inclusão social. Falamos da música como fator de promoção humana e instrumento de paz e solidariedade no país.

A música leva mais luz e esplendor a qualquer ambiente humano. Cantar é compartilhar vozes e atitudes, solidariamente. A música é uma força agregadora.

A educação musical, feita na Comunidade, educa a sensibilidade do povo, que é o primeiro consumidor do produto “Educação Musical”.

Muita gente pode dar algumas horas por semana para um projeto desta natureza, como trabalho comunitário.

 

3. Afinal, em concreto, aonde queremos chegar?

-  Queremos que o País seja muito mais do que o País do Futebol, o País do Carnaval, o País do Pantanal, o País da Floresta Amazônica,  o País do Sol e o País das Águas.

 

- Queremos que o País cresça, na ciência, na tecnologia, na eficiência de seu povo e na qualidade de vida de todos, através do desenvolvimento sustentável, que respeita a vida e a natureza.

 

-  Queremos que o País brilhe em iniciativas de arte musical, como meio de democratização da cultura e do bom gosto e da competência, de harmonias sonoras e coloridas...

 

- Queremos que o País brilhe, ante toda a humanidade global, como um país de mais justiça  social, com menos corrupção, menos ignorância,  menos mentira,  menos arrogância,  menos criminalidade e mais solidariedade e prosperidade cultural e econômica, mais saúde e qualidade de vida.

 

4. Precisamos saber que, sem cultura e sem arte, ao par da punjança econômica, o país não terá desenvolvimento orgânico e equidade social. Um progresso desumanizado é insustentável.

Será uma prosperidade sem alma.

Sem cultura e sem arte, o progresso econômico produzirá uma sociedade cada vez mais desequilibrada e desigual, sem segurança e sem paz social.

A inclusão social, sem cultura e sem arte, não tem futuro. Afinal quais os elementos essenciais de um projeto de inclusão social?

Esquecer a cultura talvez reproduza apenas uma sociedade sem equidade, uma sociedade repressora, gananciosa, cruel e injusta.

Ao lado dos campeões do futebol, do carnaval e de nossas riquezas materiais e paisagística, precisamos produzir campeões de cultura e da sabedoria que saibam apontar os caminhos da justiça, da equidade e da paz. Então cada um poderá ser senhor do próprio destino, sendo consciente, competente e dedicado ao trabalho  produtivo, criando uma sociedade sem parasitas e sem opressores: uma sociedade de gente livre, solidária e produtiva, onde a alma da gente tem mais valor.

 

5. Ao levantar, aqui, a bandeira da Arte Musical como Estratégia de  Inclusão e Equidade Social, alio-me ao nosso grande pianista e grande intérprete de Bach, João Carlos Martins, regente da Bachiana Filarmônica e autor e incentivador de projetos de inclusão social através da música, da grande alma brasileira.

Diz João Carlos Martins: “a Missão do Músico deve atingir as periferias das nossas cidades, que pouco convivem com o maravilhoso universo da música”. Esta pode ser a palavra de ordem. Escutêmo-la.

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publicado por musicadalusofonia às 12:52
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